B Brufe é uma freguesia do distrito de Braga, no concelho de Vila Nova de Famalicão, de cuja sede dista cerca de meio quilómetro; situa-se num vale, entre dois montes, o Serita e o Porrinho e o seu orago é S. Martinho. O território da actual freguesia de Brufe foi primordialmente designado de Igreja; sendo o topónimo “Brufe”, um genitivo do nome pessoal de origem germânica “Berulfo”, ou seja, “villa Berulfi”, que depois da instituição paroquial da igreja de S. Martinho, passou a ser o nome de toda a freguesia.

O povoamento da freguesia deverá ser pré-histórico, a julgar pela toponímia, anterior ao século XII e pela arqueologia castreja e dolménica; mas as primeiras referências documentais datam de 1081; o documento que fazia referência a “Calendário”, localizava a “villa Berulfi” “inter Katavo e Ave”.

Nas Inquirições de 1220 e nas de 1258, Brufe é referida como “Sancto Martino de Beriffi” e era na altura pertença da coroa; foi uma abadia da apresentação da Casa de Bragança, no couto de Vilar de Frades, na antiga comarca de Barcelos; Brufe acabou, no decorrer do século XIX, por ser integrado no concelho de Vila Nova de Famalicão. Nos finais do século XIX, Pinho Leal referia-se à freguesia da seguinte forma: “é uma terra muito fértil (...) muito abundante em água, tem muitos pastos, pelo que cria muito gado bovino e miúdo. A água da fonte chamada Forcada faz branca a terra por onde passa, como se fosse água de cal; entretanto não faz mal a quem bebe.

Outra fonte dá nascimento a um ribeiro que passa pelo meio da freguesia, entre Vila Nova de Famalicão, e São Tiago d’Antas e se mete no Ave”. Em relação ao património arquitectónico e edificado de Brufe, a Igreja Matriz assume especial relevância; assim como uma série de casas, que merecem ser salientadas pela sua antiguidade e valor artístico; é o caso da Casa do Eido; construída a meados do século XVII, da Casa Jácome e da Casa do Engenheiro Reis, construída na Idade Média, e restaurada em 1944.

Na freguesia de Brufe, as actividades económicas que mais habitantes ocupam são metalúrgica de base, a indústria têxtil, a transformação de madeira e mais recentemente, a agricultura e a fruticultura, com especial incidência na produção de cerejas.

Heráldica
Ordenação heráldica do brasão e bandeira.
Publicada no diário da República, III Série de 06/08/2001.
Armas - Escudo de prata, com dois ramos de cerejeira folhados de verde, com cachos de cereja de vermelho, entre capa aberta e rasgada de vermelho em chefe e feixe de três espigas de centeio de verde, entre duas espigas de milho de ouro, folhadas de verde, tudo atado por fita de vermelho, em ponta, Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “BRUFE - VILA NOVA DE FAMALICÃO”.